sexta-feira

SENSITIVOS - PRIMEIRA PARTE DO LIVRO

Aqui vai um pequeno trecho do livro "SENSITIVOS". Um romance policial espiritualista que te deixará ligado do início ao fim. Aproveite!

OS SENSITIVOS

Poucas pessoas conseguem perceber do que são capazes. Dentre elas, algumas já atingiram um estágio superior de desenvolvimento psíquico e são capazes de provocar fenômenos incríveis. Infelizmente, nem todas usam suas habilidades para o bem. Essas pessoas são: os Sensitivos.

     O Psicopata

     Parecia uma noite calma na zona oeste de São Paulo. Na residência da família Lima, o relógio do DVD marcava 20 horas. O som da tevê ligada misturava-se ao choro aterrorizado da criança. Tinha no máximo 3 anos. Olhos claros, cabelos loiros, lisos e compridos. Na pele branca e angelical, destacava-se a vermelhidão deixada pelo choro contínuo. O menino estava sentado em frente à tevê. Ao lado dele, um pacote de salgadinhos e uma caneca de refrigerante, ambos vazios. No entanto, esse não era o motivo do choro constante.
     Seus olhos estavam fixos numa cena que jamais esqueceria. As moscas sobrevoavam os corpos caídos sobre a mesa de jantar e pousavam no sangue que pingava. O calmo gotejar, que aos poucos encharcava o tapete da sala, contrastava com a brutal carnificina que ocorrera havia pouco. O semblante das vítimas, no entanto, era tranquilo.
     A mulher tinha ainda no garfo um pedaço de carne espetado, pronto para ser levado à boca. Parecia satisfeita com o delicioso jantar que preparara. O homem esboçava até um sorriso, porém a cabeça estava caída no prato à sua frente. Fora decapitado. O casal, mesmo depois do sangrento assassinato, continuava sentado à mesa, como se ainda jantasse. O menino chorava aterrorizado. Parecia impossível que o homem de capa preta, que antes de sair da casa lhe fizera um carinho, fosse capaz de tal carnificina.
     Tudo aquilo, na verdade, só fora descoberto depois que a vizinha da casa ao lado, cansada de bater à porta e preocupada com os gritos do menino, chamou a polícia.
     — Meu Deus... — suspirou, chocada, a deíetive Rosana, ao invadir a casa acompanhada de outros policiais.
     A brisa da tranquila noite de novembro trazia até ela o cheiro de sangue ainda fresco.
     — Central, é a detetive Rosana. Estou atendendo ao chamado 128. Preciso que localizem o policial Pedro Silva e peçam que ele venha com urgência.
     Rosana pegou no colo o menino, que aos poucos foi parando de chorar, confortado pelo carinho do abraço. Quando ele lhe pareceu mais calmo, ela o levou até a viatura de um colega.
     Apesar de tantos anos na polícia, ainda estava abalada.

                                                                ***

     Esse era o terceiro caso na cidade. No primeiro, um bebé de poucos meses fora encontrado ao lado dos corpos dos pais. No segundo, uma menina de 6 anos estava em estado de choque, agarrada aos pés do cadáver da mãe. A criança não tinha ferimentos, mas o choque pós-traumático deixara-a muda e estática. Levaram-na para uma clínica psiquiátrica, mas dois meses tinham se passado e ela continuava em estado catatônico.
     Em todos os casos, as vítimas foram casais, sempre na hora do jantar, por volta das 19h30.
     Os corpos tinham nas costas desenhos enigmáticos, como se o assassino matasse e depois marcasse as vítimas friamente com um canivete. Se os crimes fossem obra de um psicopata, e tudo indicava que eram, também havia a possibilidade de que os marcasse com um canivete ainda vivos e só depois os matasse — mas era improvável. As vítimas eram sempre encontradas com os semblantes muito calmos, e isso era o que mais intrigava a perícia.
     O curioso era que, no local dos crimes, não havia marcas de corpos arrastados. Nenhuma evidência de que o cenário tivesse sido montado. Ao contrário, os alimentos sobre a mesa ainda estavam mornos e os casais, realmente jantando quando foram atacados. A perícia concluiu que as roupas das vítimas não eram sequer tocadas, o que tornava difícil descobrir como o assassino fazia as misteriosas marcas.
     Os fatos não tinham sido divulgados por completo. A jornalista Marina Sakamura, amiga de Pedro e Rosana, tentava insistentemente relacioná-los. Queria escrever uma matéria completa sobre o serial killer, porém, nada estava comprovado, e o delegado Clóvis, chefe de Rosana e Pedro, proibira qualquer comentário sobre as "coincidências" entre os casos. Alegava que, se isso fosse divulgado, a população ficaria alarmada, procurando mil motivos para achar que seriam as próximas vítimas. Os jornais tinham sido intimados pelo delegado a não atribuir o título de serial killer ao psicopata. Marina passava seus dias em busca de provas para que seu chefe permitisse a publicação da matéria.

                                        ***

     Quando os peritos chegaram ao local do crime, o sangue continuava gotejando sobre o tapete da sala de jantar. Alguns talheres estavam no chão, aos pés do casal. Os corpos permaneciam na mesma posição em que tinham sido encontrados. A mulher parecia não ter sofrido nada, até um dos peritos afastar seus longos cabelos loiros, que escondiam um ferimento na testa, onde parte do cérebro estava exposto, esfacelado.
     Enquanto um dos peritos isolava a casa, o outro se aproximou da mesa de jantar. Usando luvas, retirou do prato a cabeça do homem e a depositou dentro de um saco transparente.
     Perplexa, Rosana assistia à cena quando Pedro chegou ao local.


6 comentários:

  1. Virgínia20:23

    Coitada da criança... O que acontece depois disso, podem colocar esse capítulo inteiro ou por favor me dizer onde compro o livro? ... hehe
    Bjos
    Vi

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  2. Virgínia20:23

    Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  3. Sônia Regina (Piracicaba/SP)08:45

    Gente...um psicopaata...poderes paranormais...já estou super curiosa!!! quando lança?

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  4. ELIENE GUEDES (Sorocaba-SP)11:15

    Olá Raquel Querida... estou muito curiosa para ler este livro. O livro já foi lançado? Onde compro um exemplar... é o tipo de estória que adoro ler!!!!
    Sucesso p/ vc e bjs de ELIENE GUEDES

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  5. Anônimo22:09

    Fiquei interessada em ler o livro hoje quando vi a materia no jornal cruzeiro. Conheci Raquel quando eu tinha 14 anos de idade e fazia teatro com a Nanaia. Muitas saudades daquele tempo, agora quero ter o prazer de ler seu livro.Bjss.
    Ane. aneguillen@hotmail.com
    (Anegil Guillen)

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  6. Querida Ane. É claro que me lembro de você. Auros tempos... O Lançamento do livro será no Runa Class dia 19/03. Espero você por lá... "Claupeuzinho Vermelho"...
    Beijos
    Raquel

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